The pursuit of happiness

sábado, 17 de julho de 2010

Nova cor

Vídeo tosco, mas foi de coração... Dedico a todos que precisam de uma nova cor na vida:

http://www.youtube.com/watch?v=vhFfLez7Siw

domingo, 11 de julho de 2010

Entre achados e perdidos

Prólogo poético
Ah, você não faz idéia do meu achado... Achei algo que sempre vi e sempre esteve lá. Achei a pérola de grande valor, Ou melhor, será que fui achado e do meu referencial pensei que achei? Aliás, e se eu for o tesouro achado? Um momento... Isso é muito intenso para mim! Eu sou um tesouro perdido no campo no qual alguém vende tudo que tem para comprar o campo e me ter? O quê ou quem teria tanto interesse em mim?

Não consigo perceber esse resplendor, essa magnitude do meu ser, mas dizem que a beleza está nos olhos de quem vê. Então respondam-me, olhos, que são vocês? Porque conseguem enxergar brilho enquanto só vejo minhas ferrugens? Será que vocês pertencem Àquele de quem há tanto tempo falam? E ele é o que veio trazer um nome para mim, e aí então, com essa nova indentidade, saberei quem eu sou? Ele se apresenta com EU SOU e esse nome eu nunca vi... No meio de moedas, filhos, tesouros perdidos, porque a sua busca? Não podia simplemente nos deixar aproveitando nossa "liberdade"?

Esse é o sentimento que tenta traduzir minha mudança de visão em relação ao 15. Não se trata de numerologia. Apenas aguarde, seja menos ocidental-linear e mais oriental-parabólico na compreensão
do que julgo como verdades.

Meu velho estilo de escrever

Você chegou aqui com uma curiosidade, a busca por algo maior do que seu mundo atual. Não é acaso o que lhe traz aqui neste ponto do texto, mas uma conspiração e aspiração do "achar(-se)". Você pode ter caído acidentalmente no blog e até no texto, mas para chegar neste ponto algo já foi lhe puxando. Preciso falar que você é um ser único, mas não o único que está na busca pela alegria que uma resposta pode proporcionar.

Aliás, vivemos assim. A busca sempre faz parte da nossa vida. O tédio é a ausência de busca. Sem mais mistérios, quero revelar o 15. Além de explicar o 15, eu proponho o 3. Exasperado? Leia o evangelho segundo Lucas no capítulo 15. Quantas estorinhas você encontra? Você já tem sua resposta.

Se as 3 estorinhas dizem respeito ao mesmo tema, elas não podem se contradizer. Mas parece que uma é mais completa, outra aprensenta um detalhe único, e, no fim das contas, elas necessitam de ser somadas e interpretadas uma à luz da outra.

Na primeira, estava perdida uma ovelha. Na segunda, a moeda é alvo de busca. Para finalizar, a terceira mostra um filho perdido. Parece que Jesus utiliza-se de elementos da cultura judáica para contextualizar seus ouvintes do valor dos perdidos. A primeira e a segunda estória, enfatizam a busca exaustiva pelo perdido. Já a terceira, parece apresentar um pai que dá liberdade para o filho tomar seu caminho de "liberdade" na vida, mas que está sempre de braços abertos esperando sua volta. Como conciliar essas aparentes (ao meu ver) contradições?

Penso que na primeira estória, a opcão de se perder e da busca pelo perdido, demostram a liberdade do perdido em se perder e o cuidado daquele que o busca. Sou livre para me perder, mas sei que serei buscado, não estou desemparado. Na segunda, uma moeda é perdida por alguém, ela não decide se perder. A ênfase não está na liberdade do ser que se perde, mas no valor do que está perdido e na motivação de quem o procura. Ele procura porque o item perdido tem muito valor. Na terceira, temos uma narrativa bem mais longa e, ao meu ver, mais emocionante. Sendo maior de idade para aquela época, o pai dá o que o filho deseja, dá-lhe espaço para que sua vontade se concretize, ainda que seja destruidora para o próprio. Perceba que o filho se afasta e não o pai. Esta narrativa detalha o sofrimento do perdido. E a busca do pai? Será que não há? Só podemos entrar no campo das especulações. Apesar de ser um estória, duvido que esse pai não tenha tentado entrar em contato com o filho, mandar pessoas para levá-lo de volta para casa, e até usado a oração - prática exercida pelos judeus - como um forma de ter seu filho de volta.

Esse pai estava numa busca, mas a ênfase aqui é uma busca que respeita a liberdade do perdido continuar perdido. "Sei que é humilhante, mas, você quer ser achado e voltar do jeito que está para casa?". Outro elemento do texto é a volta, com o qual eu quero encerrar minha participação aqui. A nossa busca na verdade é um retorno para o lugar de onde jamais deveríamos ter saído, a casa do pai. O lugar das certezas, paz, justiça e alegria.

O início dessa nossa busca é responder "sim" para a maior busca, a busca do p(P)ai. A partir dela, o retorno se dará. E quando concretizado, haverá so amor. Cessará a esperança, pois tudo que esperamos está na casa. Eu concluo ousando afirmar que existo para viver nessa casa, e como estou fora, devo retornar. Vamos juntos?

Abraços,
Thiago PX


Evangelho segundo Lucas, capítulo 15

domingo, 4 de julho de 2010

Sonho de consumo - sweet spot

Sub-verso

Eu me achava esperto, sonhava terno num imprevisto fim
Fui andar descalço, lugares raros, perfume de alecrim
Eu só lia prosa agora "verso" sobre a alma desejosa
Vi alguns lampejos, alguns gracejos de uma Graça Gondim

Pelo visto não importa o que visto, aparência não faz feliz o coração
Se o sertão é um oásis se comparado à minha vida seca, acenda algo em mim

Sucesso, eles nos enganaram
Nos venderam seu peixe fiado
Traíra com espinha e sem dó

Protesto, contra a escravidão disfarçada
Contra a mídia podre, estragada
Querendo apenas o seu consumir

Sub-verso, leio-me nas entrelinhas
Me revolto mas em paz cara minha
No final aqui apenas jazz um sonhador

Minha aliança

Como me achegarei à Tua presença
Como contemplarei Tua face, Senhor
Quem sou Eu pra tocar em tuas vestes
Sou pequeno e fraco, um vil pecador

Mas como me ausentarei do Teu Espírito
Ou como fugirei do Teu amor
Amor tão grande assim que fez de mim o Teu filho
Novo, inspirado para o teu louvor

Por teu amor, por teu Espírito
Agora tenho vida em mim
És Deus e Pai, meu melhor amigo
Minha aliança

Por teu amor, por teu Espírito
Agora tenho vida em mim
És Deus e Pai, meu melhor amigo
Minha aliança de amor

Sentido(s)

Ao tocar as suas mãos sinto a verdade
De um amor que sacrifica tudo em favor de alguém
Ao olhar-me em seus olhos sei não sou o mesmo
Era indigno, agora filho
Cristo olhou para mim

Deixou tudo pra trás para estar comigo
E na Terra o seu corpo, sua respiração
Sua oração era em favor de mim

Eu abri o meu coração pra Jesus
De tudo ele é o mais importante
E distante dele posso mais viver

sábado, 3 de julho de 2010

Versão Indescribable (Chris Tomli)

Do mais alto dos céus ao mais profundo mar
Majestade em glória vem se revelar
Colorido outonal, Primavera a brilhar
Fragâncias e sons, criação singular
Ecos, brados

Inefável, incontível
Quem desenhou as estrelas e as sabe de cor
Maravilhoso Senhor

Poderoso, indomável
Prostrados diante de Ti em humilde louvor
Maravilhoso Senhor

Imutável, incomparável
Sondas o meu coração e é igual Teu amor
Maravilhoso Senhor


Quem traçou fortes raios cortando o véu
Ou viu tendas repletas de neves no céu
Quem concebeu o sol em todo o seu calor
Ou pintou a noite com delícias, frescor
Insodáveis

Thiago PX

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eu, Cecília




Meireles, como eu, Cecília é festa e canção
Vento e água, passageira, o meu fim também é Paixão
Andava distraído e a procura do que ser
E no secreto calendário
Um encontro com você

Alegre lhe trouxe pra casa
E esqueci você no armário
Viajamos por aí, rimos juntos, mas é certo o pranto
Para qualquer lugar, onde tudo é neblina ou infinito

Como a lua tenho fases que fazem me esconder
Ou vir pra rua, miragem, pular não sei o que
A vontade de ser fogo, a vontade de ser vento
De querer ser veloz, ou mesmo de ser lento, viver esse alento
Sem a pressa que destrói
Só que o amor pra eu viver

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Desenquadrando nosso cristianismo



Achei absolutamente sensacional a prop.posição #2 do grupo de dança e pensamento – seja lá o que isso represente - Ur=H0r intitulada "Desenquadrando Euclides". Duro de entender? Bom, como alguém da área de exatas, agirei "quadradamente" criando definições para essa sopa de letrinhas (soou quadrado de novo).

1) prop.posição – definir agora perderia a graça da descoberta;

2) Ur=H0r – fórmula matemática que representa a contínua expansão das galáxias no universo (simples assim);

3) Euclides de Alexandria (360 a.C. - 295 a.C.) - representa o lado “quadrado” da geometria, um mundo bidimensional em que as linhas paralelas não se encontram e em que a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180 graus (por demais exato).

Transcrevo a seguir a sinopse da prop.posição #2:

Desenquadrando Euclides é a emergência de uma coleção de exercícios, instruções, procedimentos e imagens tangeciadas pela instabilidade, irregularidade e não linearidade de formas. Praticando o desenquadramento de nosso hábitos nos aproximamos de um real estado de possibilidades, sem o qual não há chance de brotar outros sentidos da vida.

O público é convidado a errar conosco, a reinventar seu papel de público, repensar seus valores, referências e lugar no mundo.

Para mim, essa sinopse é simplesmente de tirar o fôlego! Eu me apresso em tentar atribuir significados a tudo que vejo e ouço, e não é diferente com esses dois parágrafos. Minha mente é quadradamente programada para traçar paralelos entre X – sendo X um conceito qualquer – e o Cristianismo. Devo dizer que tento traçar paralelos na esperança que as retas se encontrem no espaço do sentido. Esse é um espaço de possibilidades não-Euclidiano, ou seja, irregular, inexato, imprevisível, instável, i...

Nós, que professamos a fé cristã, somos um público convidado ou até forçado a viver num mundo não-Euclidiano. A nossa coleção de exercícios, movimentos e deformações é o transformar da nossa mente (ou renovar, termo utilizado pelo apóstolo Paulo). Dessa maneira, poderemos experimentar a boa, perfeita e agradável vontade Deus. Essa transformação é um convocação ao abandono de velhos paradigmas.

Jesus é o que posso dizer de alguém "transformado" por natureza. Nada de paradigmas, de templos, de sábados, de formalidades. Tinha uma mente perfeita, experimentava a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, ainda que essa vontade incluísse seu sofrimento por amor aos pecadores. Ele podia ser totalmente santo e conviver com pessoas de estilo de vida não aceitável, de diferentes credos, gente estranha e fora dos moldes religiosos da época e local (não-quadrados).

E por falar em quadrado, não é que o mundo parece ser mais um quebra-cabeças ou um mosaico do que um xadrez? Supondo que um quadrado é um cristão (mas nem todos os cristãos são quadrados), todo quadrado tende a encaixar (interagir, relacionar) num meio apenas com quadrados, desprezando as formas diferentes da sua. Logo, penso que o primeiro critério para identificar se somos quadrados é checar nossa lista de relacionamentos. Será que ela inclui gente de diversos "níveis" sociais? E religiosos? E gente que pensa de forma diferente?

Basear o relacionamento apenas no encaixe entre formas, e não na compreensão entre diferentes formas, despreza o amor e a individualidade de cada ser. O resultado é a "combatida-alimentada" segregação humana. Quadrados continuam a falar, comer e beber, "quadradamente". Não-quadrados sem Cristo, mudam de forma sem um padrão (sentido, propósito) agradável a Deus. Forma, nesse contexto, é sua realidade, o que a pessoa tem se tornado.

Para finalizar minha analogia, penso que o convite ao erro (pecado?) mencionado na sinopse não deve ser interpretado literalmente. Entendo que se trata de um convite para viver, tentar, ousar, participar, desenquadrar-se, e, inevitavelmente, errar. O interessante é que o erro não necessariamente define uma forma, mas a forma com ele é tratado sim. Nisso com certeza haverá interação entre formas resultando - espero eu - numa forma mais agradável ao Grande Matemático.

Devaneios teológicos: olhos do amor

Estamos diante do livro mais aclamado de todos os tempos e lemos como se fosse um gibizinho descartável. Nos enchemos de pressupostos e descartamos a singuralidade de cada personagem que escreveu e participou das tramas ali narradas.

Minha angústia ao escrever esse texto é que as pessoas tiram conclusões teológicas das narrativas bíblicas e fabricam um Deus com a qual querem se relacional. Como exemplo, lembro de há pouco meses haver uma famigerada conversa sobre homens de bermuda na reunião pública. Famigera, batida mas não resolvida (pelo menos na minha comunidade) questão. O argumento prevalecente foi que se diante de um juiz comparecemos totalmente arrumados, por que não na "Casa do Juiz"?

Fiquei revoltado porque ninguém citou as pobres coitadas pessoas que não vão a um encontro comunitário pois não tem uma roupa. Isso já seria motivo suficiente para abandonar essa figura do Deus juiz construída numa época em que tal profssião era bela. Aliás, Deus era advogado e Médico. Talvez um Engenheiro Naval que ordenou e especificou a construção da Arca, mas não Gari que limpa nosso coração, Servente de Água para os que tem sede por uma nova vida. De novo, não se trata de uma conversinha sobre usos e costumes, mas como essas pequenas coisas revelam nosso olhar das profissões de sucesso sobre Deus.

Depois que passei pela dolorosa depressão (aliás, como bipolar devo sempre me cuidar), vi que o consultório médico nada mais é um lugar que vou para me curar e que roupas bonitas eram apenas estresse para uma vida tão atribulada. Não visto belas roupas e me encho de perfurme pois não é um encontro social de fato, mas entre duas pessoas com interesses bem definidos: o que cura e recebe por isso e o que necessita da cura e paga por isso. Isso não descarta a amizade entre médico e paciente, mas isso só reforça minha vontade de ir de chinelo e bermuda para o consultório.

Mas meu desejo é o de voltar sobre a visão sobre Deus. As lentes daquela senhora estão (des)ajustadas para um Deus Juiz, aliás, nem o Deus Juiz da Bíblia pode ser comparado a esse Deus. Perguntei-me: como Deus gostaria de ser lido? Qual a perspectiva sobre sua pessoa que Ele achava crucial? O Deus é amor foi minha resposta. Não se trata de trocar as lentes para ler a Bíblia ou enxergar por um novo prisma. Como algo de ler no Paulo Brabo, é Metanoia, termo traduzido por conversão, mudança radical de vida. Tem a ver com mudança de olhos, é muito mais dolorido que apenas trocar lentes. É como se o próprio Deus oferecesse novos olhos para o lermos através da Bíblia.




Essa mesma diz que se nossos olhos forem bons, todo nosso corpo será luminoso. Então sinto que estou chegando perto (ou quente, como na brincadeira). Ao ler a Bíblia sob os olhos do Amor, vejo a lágrima de Deus. Vejo que as pessoas atribuem a ele coisas que não lhe é devida, catástrofes da qual ele não é culpado e das quais eles sofre junto pois decidiu, ao meu ver, conceder liberdade ao homem e intervir apenas em casos cruciais em que o ser humano aniquilaria o ser humano.

Posso parecer novo (25) para ousar-me nesse campo da teologia em que nem canudo eu tenho, mas experimentei a pior dor emocional possível. Tive de depressão bipolar, ou seja, ao melhorar recaí pois precisava de estabilizantes de humor. Ainda tive duas crises maníacas. Essas crises são marcadas pela agitação corporal, o desejo de fazer coisas rápidas e descompasso entre mente e corpo. Entrei em convulsão, pensei de ter morrido mas voltei para escrever.

O melhor tratamento não foi acusar Deus, sendo que me deu muito vontade. Tem sido seguir o tratamento médico-psicoterápico e ler com os olhos do amor a Deus. Quando o leio como amor, não jogo um mundo em cima dele. Isso seria nada para ele. Somente quando abri meu coração e chorei copiosamente minha miséria, desabafando todos os meus sentimentos, angústias e medos é que comecei a experimentar o poder do Vazio que cura. A partir desse Vazio, algo me preencheu, acalentou-me e fui envolvido pela esperança. O Deus Juiz, no entanto, olharia para minha miséria e diria: tem pecado. O Deus amor pode dizer o que for, mas seu foca está na cura e não na condenação.



Escreverei sobre esse "a perspectiva do amor" na interpretação bíblica da doutrina salvação e do pecado com mais detalhes. Espero oferecer algo menos estático que as tradicionais teologias. Quero ler a Bíblia com o jornal do dia na mão sem fumar uns charutinhos (Karl Barth), apesar de ter curiosidade. Aliás, jornal está meio ultrapassado. Lerei a bíblia com blogs, sites, noticiários, wikipedia, periódicos de ciência, etc. na outra mão. Prometo aqui me esforçar para não ser um fanáticos, mais um fundador de "ismo", apenas oferecer meus olhos para meus leitores.

Abraços,
Thiago PX