The pursuit of happiness

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

De volta para casa...

"E Deus não era para esse homem um plano escorregadio e inclinado."
C. S. LEWIS, O Problema do Sofrimento, pág. 89.

No primeiro dia do II Fórum Cristianismo Criativo (http://www.w4editora.com.br) Taís Machado, secretária de capacitação da ABU (Aliança Bíblica Universitária), comentou algo que nunca vou esquecer ao se referir a escritores como Fernando Pessoa e Machado de Assis. Foi algo do tipo "...a beleza de suas obras nos fazem ter saudades de Deus". A princípio me pareceu uma dupla viagem. Primeiro, enxergar Deus nessas obras, e segundo, o 'ter saudades' de um Deus revelado como 'Emanuel', que significa Deus presente ou Deus conosco. Confesso que fiquei pensando muito. Acho que a primeira parte do problema foi resolvida logo. Acredito em um Deus criador e criativo, então, mesmo que uma obra não seja explicitamente dedicada à Ele, reconheço que Ele é a inspiração inconsciente, fonte de inteligência e sabedoria de tudo que é bom. Mas quero me ater ao segundo aspecto.

Saudades de Deus... Que expressão tocante! Uma bandeira que sempre levantei foi que podemos ter um relacionamento com Deus. Não é à toa que Jesus ensina a chamá-lo de Pai. Não foi a primeira vez que ouvi isso, mas nunca havia me ocupado de refletir sobre essa 'saudade'. Que sentido há nisso? Creio que desde esse dia, há cerca de um mês, encontrei várias pistas. Mas aquela que considerei 'a resposta' veio ae ler o capítulo intitulado
A Queda do Homem, em O Problema do Sofrimento, de C.S. Lewis¹. Primeiro, a dura constatação:

Trata-se da queda na vida de todo indivíduo, o pecado fundamental por trás de
todos os pecados particulares. Neste exato momento, eu e você ou o
estamos comentendo ou estamos prestes a cometê-lo, ou estamos nos
arrependendo dele. Ao acordar, tentamos depositar nosso dia aos pés de Deus.
Antes que tenhamos terminado de fazer a barba, ele se torna
nosso dia, e a
porção de Deus nele é vista como um tributo que temos de pagar do nosso
"próprio bolso", uma dedução do tempo que deveria ser - pensamos- "de nós
mesmos".
pág. 86.

Depois, Lewis descreve como ele imagina que era o relacionamento de Deus com o homem no princípio:

[...] Deus vinha em primeiro lugar em seu pensamento, e isso sem
esforços penosos. Em perfeito movimento cíclico, o ser, o poder e a
alegria desciam de Deus ao homem na forma de dádiva e retornavam
do homem para Deus na forma de adoração extática. Nesse sentido,
embora não de maneira absoluta, o homem era então o verdadeiro
filho de Deus, o protótipo de Cristo, protagonizando de forma perfeita,
na alegria e na comodidade de todas as faculdades e de todos os
sentidos, aquela submissão filial que Nosso Senhor protagonizou nos
padecimentos da crucificação.
pág. 89.

Bons tempos aqueles em que não havia religião. Era mais fácil discutirem futebol, política ou células-tronco do que dogmas e preceitos religiosos! Esse tema não existia. Deus era suficiente e sua presença e amor satisfaziam o homem integralmente com alegria, paz e saúde, para o corpo, a alma e o espírito. Não era um ato heróico ser gentil ou bondoso, nem mesmo pensar em Deus, ou em 'coisas espirituais'. O sobrenatural era tão natural... Realmente, parece que as coisas por aqui estão meio diferentes. Fácil notar isso: nós somos o espelho da degradação humana!

Mas se existe uma palavra que muda tudo ela se chama
esperança. Jesus afirmava de si mesmo que ele era, dentre outras coisas, o caminho para Deus. Como na história do Filho Pródigo², existe uma nova chance, uma possibilidade de voltar ao início, e esse Caminho é uma pessoa que pode dar dignidade, no sentido mais completo que essa palavra pode ter, ao ser humano. É a chance de voltar à plenitude de uma vida com Deus, disponível a qualquer pessoa, qualquer que seja sua etnia, posição social e até mesmo seu passado. Essa plenitude, penso eu, começa com a fé em Jesus e só será concretizada na eternidade.

Enquanto não tivermos essa vida por completo, sentiremos saudades de Deus, e da nossa primeira casa. No meu exercicío de imaginação, é como se estivéssemos ocasionalmente lá, aproveitando um pouco do que ela tem para oferecer, comemorando algumas festas, mas bem lá no fundo, nosso desejo é morar l[a para sempre , viver eternamente no melhor lugar do mundo: a plenitude da presença de Deus³.

¹ Clive Staples Lewis - http://en.wikipedia.org/wiki/C._S._Lewis
² Evangelho de Lucas capítulo 15.
³ Dia de festa - Gerson Borges

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Pra não dizer que não falei de humor...

Pra quem não conhece, o Jasiel Botelho, ou tio Jajá, é pastor protestante, escritor, palestrante, artista plástico, cartunista, ou seja, uma figura!

Prometo comentar algumas coisas que ouvi sobre a eleição do Obama. Por enquanto,
contento-me em rir com essa charge.

Aquele abraço,

ThiagoPX!