The pursuit of happiness

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Tributo ao Inefável

Estou há 9 minutos de completar 24 anos de vida. Esse é meu segundo aniversário morando em São Paulo. Por vezes, encontro-me em especulações sobre o que teria sido diferente na minha vida se ainda morasse em BH, lugar onde passei 4 anos estudando. Ou mais, se nunca tivesse saído da minha cidade natal, Aracaju. Quais seríam as minhas experiências profissionais e pessoais, meus hábitos, amigos, etc. Quais seríam minhas impressões a respeito da vida? Não sei... Só sei que hoje carrego no coração a alegria e dedicação de um sergipano, a amabilidade e simplicidade do mineiro e a vontade de sempre fazer melhor de um paulista, o que não significa que eu seja assim. A propósito, para os meus amigos desavisados, Aracaju é capital de Sergipe e não de Alagoas!

Essas voltas que a vida pode dar, pessoas que a gente encontra ou reencontra nos momentos e lugares mais inesperados, mudanças de planos, tudo isso captura minha atenção. Coisas que contraríam as regras, estatísticas, lógica, probabilidades, coisas imprecisas, inexatas... Apesar do pouco que vivi, tenho visto certezas e conceitos se diluindo diante da imprevisibilidade da vida. Aliás, de maneira insistente tenho falado, pensado e escrito sobre dúvidas e certezas. Nesse último ano, tem feito parte de mim conviver com uma proliferação de dúvidas, mas ao mesmo tempo, com a maior de todas as certezas:

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim ". ¹

Para ser bem sincero, minha maior certeza não é da minha fé no Filho de Deus, por mais que eu creia nEle de todo o coração. Muito maior do que ela, é o amor dAquele se entregou por mim. Minha fé não chega a ter o tamanho de um moedinha, mas o amor ao qual me refiro é infinito. Inclusive, o amor é o maior dos dons, maior que a esperança, a fé, ou qualquer outra coisa. No final das contas só posso dizer que não sou capaz de compreender essa certeza, mas ela me compreende.

Por fim, percebo que vivo uma surpreendente contradição: falo do que é inefável, ou melhor, de alguém que é Inefável. Tento usar palavras para descrever Aquele que não pode ser descrito por palavras, a não ser pela própria palavra 'inefável'! Tento descrever Deus dizendo que Ele é Indescritível. De fato, Ele é Indescritível, porém perceptível. Mas se assim o digo, parece que Ele se tornou Descritível. Antes de dormir (você já deve estar dizendo que eu preciso dormir, e rápido), quero encerrar com uma música (não se preocupe, não sou em quem canto). Fique com Indescribable, por Chris Tomli². E que nesse dia, por acaso já são 01:15 hs, eu possa me alegrar em saber que quem criou todas as coisas, conhece o mais profundo de mim e, ainda assim, pode me amar. Essa alegria é para você também!

ThiagoPX

¹ Carta de Paulo aos Gálatas, cáp. 2 versículo 20.
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